quarta-feira, 23 de maio de 2012

O Rei vem - vigiem!


Mc 13.24-27,32-37

24"Mas naqueles dias, após aquela tribulação,
" 'o sol escurecerá
    e a lua não dará a sua luz;
25as estrelas cairão do céu
    e os poderes celestes
    serão abalados'
26"Então se verá o Filho do homem vindo nas nuvens com grande poder e glória. 27E ele enviará os seus anjos e reunirá os [seus] eleitos dos quatro ventos, dos confins da terra até os confins do céu.
32"Quanto ao dia e à hora ninguém sabe, nem os anjos no céu, nem o Filho, senão somente o Pai. 33Fiquem atentos! Vigiem! Vocês não sabem quando virá esse tempo. 34É como um homem que sai de viagem. Ele deixa sua casa, encarrega de tarefas cada um dos seus servos e ordena ao porteiro que vigie. 35Portanto, vigiem, porque vocês não sabem quando o dono da casa voltará: se à tarde, à meia-noite, ao cantar do galo ou ao amanhecer. 36Se ele vier de repente, que não os encontre dormindo! 37O que lhes digo, digo a todos: Vigiem!"

Através dos artigos desta série, vimos o que quer dizer Jesus vir como Rei e quais as implicações para nossas vidas. Ao fim deste bloco de Marcos, Jesus fala sobre “os últimos dias” e o sofrimento de seus discípulos em tempos de perseguição ao nome de Jesus. Este trecho acaba com o julgamento de um mundo “sem frutos”, caído em pecado, decadência e rebelião contra Deus, o que é representado pelo colapso dos corpos celestes nos v.24-25.
Diante de uma situação tão apavorante, os discípulos de Jesus têm a maravilhosa notícia da vinda de seu Rei com grande poder e glória (v.26). Assim como no texto a que Jesus está aludindo, Dn 7.13-14, o Filho do homem (Jesus) virá para julgar todas as coisas, mas reunirá seus discípulos, seus eleitos, os que creem em sua salvação por meio de sua morte, ressurreição, ascensão e exaltação, para viver eternamente consigo em Seu Reino. A partir deste momento Jesus será visto em todo seu poder, autoridade e grandeza; uma visão gloriosa que nunca perderá seu brilho e que encherá eternamente seus eleitos de prazer e alegria.
Porém, diante dos problemas e da aparente demora de Jesus, os discípulos podem perder de vista esta promessa e abandonar Seus caminhos, vivendo de acordo com os padrões deste mundo caído, correndo o risco de serem condenados com ele. Para que isso não ocorra, Jesus os ordena a vigiar, manterem-se atentos na expectativa da volta de seu Senhor, a fim de que não sejam como a figueira sem frutos (Mc 11.13), como o templo corrompido (11.17) ou como os lavradores mortos (12.9). Caso mantenham-se firmes no caminho de Jesus, serão recolhidos na hora incerta da vinda do seu Senhor.
Assim como na época dos evangelistas, nós vivemos hoje em um mundo de oposição ao evangelho. Não bastasse isso, vivemos em um mundo de imediatismo. “Apagamos incêndios” continuamente; vivemos para o hoje que nos atropela, tentando aproveitar as oportunidades que desaparecem tão rápido quanto surgem, e a velha pergunta – ‘onde você estará daqui a dez anos?’ – parece cada vez mais nos remeter a um futuro abstrato e obscuro.
Em face disso, lidamos com a vida de modo funcional, como se a verdade fosse aquilo que faz as “coisas darem certo”. Diante dos problemas e as oportunidades que reclamam a nossa resposta a todo instante, a expectativa da volta futura de Jesus começa a parecer disfuncional. Começamos a buscar outras soluções, mais fáceis e recompensadoras, para nossos problemas vocacionais, financeiros, sociais e relacionais. Começamos a viver como se o “jogo da vida” fosse tudo o que há para viver; como se ficar parado fosse a nossa morte; como se tudo dependesse de nós, deixando-nos ansiosos e temerosos, oportunistas e manipuladores, egoístas e amorais.
Mas Jesus direciona nossos olhos para os bastidores deste mundo e ordena-nos que vivamos na expectativa da sua volta, do seu julgamento, dos “novos céus e nova terra”. Com este olhar, vemos que o sucesso (seja em qualquer área) não é a meta da nossa existência, nem o critério através do qual devemos avaliar a nós ou o nosso estilo de vida. Pois o Rei, o Senhor da vinha, o dono da casa, está vindo e quer receber os frutos da sua colheita e a sua casa em ordem.
Tal realidade deve mudar nossos valores e estilo de vida. Como? Basta olhar para os textos anteriores. Eles nos convidam a clamar ao Rei Jesus em nossas necessidades; a viver de modo outro-centrado, sendo um “local de acolhimento” para todos os que O buscam; orar por todos com a fé que Ele nos concede em Seu poder e misericórdia; lutar pela manifestação integral do Reino de Deus entre nós; simplificar a nossa vida a fim de viver de maneira dedicada a Deus e ao próximo; bem como amá-los da maneira devida, como obediência aos mandamentos de Deus; pregando o evangelho com o auxílio do Espírito Santo etc.
Concluindo, o Rei vem. Como Ele te encontrará?

Um comentário:

  1. Amei esse texto. Realmente me tocou e me fez refletir sobre o imediatismo e o meu foco de vida com base na volta de Jesus. Esta mensagem me conduziu a questionar se meus olhos tem sido direcionados para o alvo da forma mais adequada. Continue escrevendo!! É um dom lindo de Deus!

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