segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Eugene Peterson - A pregação do Santo

Trecho de Eugene Peterson, sobre o texto de Is 6.8-10
 
     Então ouvi a voz do Senhor, conclamando: "Quem enviarei? Quem irá por nós?" E eu respondi: Eis-me aqui. Envia-me! Ele disse: "Vá, e diga a este povo: "Estejam sempre ouvindo, mas nunca entendam; estejam sempre vendo, e jamais percebam. Torne insensível o coração deste povo; torne surdos os seus ouvidos e feche os seus olhos. Que eles não vejam com os olhos, não ouçam com os ouvidos, e não entendam com o coração, para que não se convertam e sejam curados".
 
     "o que ele ouviu no texto que lhe foi designado para pregar seu sermão foi algo mais ou menos assim: 'Agora, Isaías, você sabe com quem está lidando – com o Santo. Você é minha testemunha e intérprete. Isso não será fácil. Simplesmente por pregar o Santo, você fará que os olhos deles se ofusquem. Não saberão do que você está falando. Pior ainda, entenderão mal o que você está falando e suporão que é totalmente sem pertinência a tudo que lhes importa. Métodos e meios convincentes e tentadores lhe ocorrerão, serão sugeridos a você, lhe serão recomendados por alguns dos outros profetas da cidade, métodos e meios que põem de lado o Santo para pôr no lugar algo muito mais compreensível e acessível. O fato é que os homens e as mulheres não amam nem apreciam o Santo – querem um Deus que lhes sirva do jeito deles, não um Deus a quem eles sirvam do jeito dele. Não se deixe desviar: a tarefa de pregar a verdade da salvação não é auxiliada pela clareza de comunicação – a comunicação clara requer que se usem palavras e a sintaxe que as pessoas estão familiarizadas, que é parte de seu cotidiano [reduzindo o Santo ao “mercantizável”]. Mas o Santo não faz parte de algo que estejam acostumados. É toldado pelo pecado; é uma vaga lembrança da imagem que foram criados. A pregação do Santo não é promovida por técnicas ou estratégias. O Santo não é um problema a ser resolvido. E, se você transigir na mínima coisa, você me trairá. Também traíra esse povo. Não importa quanto eles respondam a você, não importa quanto eles possam aplaudir seus sermões, você acabará por defraudá-los de uma vida santa, uma vida do alto, uma vida curada, restaurada, resagatada, perdoada – pelo Santo’” [grifo do autor] – O caminho de Jesus e os atalhos da Igreja, pág 167-168. Editora Mundo Cristão, 2009.

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